
Azulejaria de Évora
Na“Rota Turística do Azulejo de Évora”, estão presentes os melhores espaços onde poderá apreciar a azulejaria de Évora.
O passeio inicia-se na Estação de Évora, e irá levá-lo a percorrer as antigas ruas do centro histórico da cidade. Conhecerá maioritariamente igrejas como, a igreja dos Loios, a Igreja da Misericórdia, a de Santo Antão entre outras, e ainda o Museu de Évora e o famoso Colégio do Espírito Santo, atualmente Universidade de Évora. Sugerimos, ainda que a passagem não seja obrigatória, que visite o Jardim Público e a Mata Pública, a Sé de Évora, a Igreja de Nossa Senhora do Espinheiro e o Alto de São Bento.
A – Estação de Comboios
B – Ermida de São Brás
→ Jardim Público
C – Igreja de São Francisco e Capela dos Ossos
D – Igreja da Misericórdia
E – Colégio Espírito Santo
F – Igreja dos Loios
G – Museu de Évora
H – Igreja de Santo Antão
I – Igreja do Salvador
J – Convento de Santa Clara
→ Igreja de Nossa Senhora do Espinheiro
→ Alto de São Bento
Seguidamente encontrará mais informações sobre os locais em questão.
A Estação Ferroviária de Évora é uma plataforma ferroviária da Linha de Évora e dos Ramais de Reguengos e Mora, que serve a cidade dos eborenses.
A estação original e as primeiras linhas ferroviárias são do século XIX. Já a 14 de Junho de 2010, foram feitas obras de modernização. Na fachada está inscrita a data 1940, que possivelmente é a data de construção da Estação de Évora. Em 2011 foram concluídas as obras do edifício de passageiros e interface.
Por todo o país somos surpreendidos por painéis de azulejos nas antigas estações de comboio, e a estação de comboios de Évora não é exceção.
O edifício, apesar de ser bastante simples, sendo necessário salientar as suas grandes colunas de granito que sustentam a cobertura da plataforma principal, contém uns azulejos azulados de moldura esverdeada, nas paredes do lado das linhas do comboio e nas partes laterais, que são como um cartão-de-visita muito original, para todos os que aqui chegam de comboio.
Visto que no Alentejo, a agricultura sempre foi uma das componentes mais fortes da economia desta região, na estação de Évora, que era muito movimentada por causa desta atividade, em alguns painéis de azulejos estão representados os costumes desta região, nomeadamente as tarefas agrícolas. No entanto, os lindíssimos azulejos que forram as paredes da estação de comboios desta cidade representam também outros temas, tais como episódios históricos emblemáticos, como a Batalha de Atoleiros, em 1324, ou a Batalha do Salado, em 1340. E ainda os edifícios mais simbólicos de Évora como o Templo Romano, a Sé de Évora entre outros.
Nos dias de hoje, existem elevadores e escadas que permitem a passagem às distintas plataformas. O contraste entre as linhas modernas e a azulejaria antiga fazem da Estação de Caminhos de Ferro de Évora um ótimo lugar para tirar umas fotografias de arquitetura. Para um apreciador de azulejaria é quase como obrigatória, a visita a esta estação.
Para visitar a estação é relativamente simples, sendo que se estiver a pé, precisa apenas de 10 ou 15 minutos para percorrer o caminho até à Praça do Giraldo, o centro de Évora, e o percurso está bem sinalizado.





Estação Ferroviária de Évora
Horário: 2º/6º Feira: 10:00 – 13:00 // 15:00 – 19:00 Sábados: 10:00 – 13:00 // 15:30 – 19:00
Domingos: 10:00 – 13:00
Entrada Gratuita


Extramuros da cidade de Évora, no denominado "Rossio da Corredoura", ergueu-se no século XV a Ermida de S. Brás. Este pequeno e harmonioso templo eborense foi construído em terrenos pertencentes a D. Leonor de Castro, mulher de D. João II e doados por este monarca ao bispo D. Garcia de Meneses. Tal doação régia, e posterior confirmação, ocorreu entre 1480 e 1483, encontrando-se já esta ermida aberta ao culto no ano de 1490.
Porém, uma profunda remodelação do pequeno templo ocorreu no 3.º quartel do século XVI, empreendimento da responsabilidade mecenática do Bispo do Porto, D. Frei Luís de Sousa. Contudo a Ermida de S. Brás receberia um rude golpe em 1663 com as guerras da Restauração, altura em que um bombardeamento de artilharia danificou gravemente a sua estrutura e decoração internas.
Apesar disso,da primitiva construção quatrocentista subsiste a elegante galilé de arcos ogivais, assente em grosseiros colunelos com capitéis fitomórficos. O templete desenha uma planta retangular e a silhueta apresenta um recorte arquitetónico de cariz militar. Corre superiormente uma platibanda com ameias chanfradas, intercalada por torres cilíndricas, com gárgulas zoomórficas, coroadas por cónicos coruchéus. A cornija apresenta vestígios de um friso esgrafitado com heráldica do reinado de D. Manuel I. Da cobertura da capela sobressai o seu pequeno zimbório.
Com uma só nave, o interior de ermida apresenta o zimbório e o arco triunfal forrado com azulejos enxaquetados, verdes e brancos, de reflexos metálicos. A destruição das guerras da Restauração fizeram grandes danos à decoração interior, salvando-se algumas tábuas maneiristas do retábulo-mor quinhentista, algumas alusivas à vida de S. Brás e outras narrando o Nascimento e Ressurreição de Cristo. Sobressai ainda uma escultura de madeira policromada representando S. Brás, o orago da ermida.
Ermida de São Brás

Horário: 09:00 – 12:30 // 14:30 – 17:00
Igreja de S. Francisco: Entrada Gratuita Capela dos Ossos: Adultos – 3 €
Estudantes // Reformados – 2 € Bilhete Família – 8 €
Telefone: 266 704 521






Sala do Capítulo, Capela dos Ossos
A igreja de São Francisco, fundada no século XII, foi a primeira casa da Ordem Franciscana em Portugal. Aqui destacam-se as características da arquitetura gótico-manuelina, particularmente nas ameias e torres das fachadas, no pórtico principal e na magnífica abóbada da nave. A nave da igreja é composta por retábulos de talha dourada policromada e de estuques.
O retábulo da capela-mor, que substituiu um conjunto de pintura renascentista (presentemente disperso pelos Museus de Évora e da Arte Antiga), é da segunda metade do século XVIII, de mármore, e faz contraste com o ambiente manuelino do espaço. Nele se expõem as grandes imagens de São Francisco e São Domingos, como era hábito nas igrejas franciscanas. Nos alçados da capela estão duas belíssimas janelas de mármore, renascentistas, de onde a Família Real assistia aos ofícios religiosos (no século XVI) e um grande órgão de tubos setecentista, de Pascoal Caetano Oldovini. O cadeiral dos monges está decorado com representações de vários santos franciscanos. Os altares colaterais têm ainda várias pinturas do período renascentista.
O conjunto artístico da Capela da venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, constituída por leigos, conjuga harmoniosamente todo o esplendor da talha barroca do período joanino com os azulejos e telas representativos de temáticas franciscanas.
Esta capela é dividida na Capela de São Joãozinho e Capela dos Ossos.
A Capela dos Ossos foi construída nos séculos XVI e XVII no lugar do primitivo dormitório dos frades. A sua construção partiu da iniciativa de três frades franciscanos que queriam proporcionar uma melhor reflexão acerca da brevidade da vida humana. A capela é constituída por ossadas provenientes das sepulturas da igreja do convento, de outras igrejas e cemitérios da cidade. Ainda na Capela dos Ossos, existe a Sala do Capítulo, onde podemos encontrar uma decoração lambril de azulejos com cenas alusivas à Paixão de Cristo , pintados por Armando Santos em 1930-31, e fornecidos pela Casa Veloso & Irmão, de Lisboa.
Igreja de São Francisco e Capela dos Ossos
Horário: 2º/6º Feira: 09:00 – 12:30 // 14:00 – 17:30
Sábados: 09:00 – 13:00
Entrada Gratuita
Telefone: 266 748 830




A fundação da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Évora remonta a 7 de Dezembro de 1499 e os seus primeiros irmãos foram o rei D. Manuel I, a rainha D. Maria, a rainha D. Leonor de Lencastre entre outros, como os condes de Basto. A sede inicial foi na Capela de São Joãozinho (anexa ao Convento de São Francisco).
O atual edifício da Misericórdia foi adquirido por D. Luís, Prior do Crato, no ano de 1530, com destino à comunidade maltesa de S. João de Jerusalém. Foi fundando como sede da Confraria da Santa Casa da Misericórdia a 20 de Outubro de 1554 e segundo os planos de arquitetura, apesar do estilo barroco dominante, foi conservado nas empenas contrafortadas, um curioso friso granítico de tríglifos de intensão clássica. O projeto é de autor incógnito e os acabamentos arquitetónicos são da autoria do oficial de pedraria Mateus Neto (conservador do Cano Real da Água de Prata, 1596).O portal, do estilo rococó, com armas reais, de mármores branco, foi obra do canteiro calipolense Gregório das Neves, em 1756.
A igreja, de uma só nave e de sóbrias proporções, apresenta um majestoso conjunto de arte barroca dos séculos XVII e XVIII, sendo esta, uma das mais belas igrejas da cidade de Évora. As paredes laterais encontram-se revestidas de belíssimos painéis de azulejos azuis e brancos, onde estão sobrepostos telas a óleo, cuja moldura é de talha dourada, que representam as Obras de Misericórdia temporais do autor eborense José Xavier de Castro (1737).
Nos painéis de azulejos, estão representadas cenas das Obras de Misericórdia espirituais, atribuídos ao mestre António de Oliveira Bernardes, datados de 1716. Estes conjuntos azulejares que são considerados um dos mais importantes da coleção do mestre anteriormente referido, foram no entanto, realizados sobre contrato com o mestre azulejeiro Manuel Borges, de Lisboa.
A capela-mor, com um opulento retábulo de talha dourada, em tripla arcada e dois andares de colunata salomónica revestida de figuras tenentes, parras e uvas, florões e cartelas, vieiras e lóbulos coloridos, é uma notável obra de arte barroca, encomendada pelo provedor Frei Luís de Sousa, bispo eleito do Porto. O altar possui quatro pinturas a óleo, sendo a que merece mais destaque é a pintura que representa a Nossa Senhora das Misericórdias.
Igreja da Misericórdia
Horário: 2º/6º Feira: 09:00 – 20:00
Sábado: 09:00 – 18:00 (Encerra ao Domingo e Feriados)
Entrada: Bilhete normal-3 €
Crianças até 12 anos – Gratuito
Telefone: 266 740 800




A notável instituição de Ensino Superior teve início em 1553, magnifica construção que albergaria no seu espaço um notável conjunto de instituições de ensino, cada uma representativa do que de inovador cada regime desenvolveu. Neste colégio, após ter sido encerrada a antiga Universidade Jesuíta (1759) passaram, os Professores Régios da Reforma Pombalina e a Ordem Terceira renovada por Frei Manuel do Cenáculo; a Casa Pia e o Liceu; criados do Liberalismo, mas que haveriam de conviver com a Escola Industrial, aqui nascida já depois da 1º Republica. Este arco temporal de mais de quatro séculos culminaria com uma das mais notáveis renovações do ensino superior português do séc. XX: a Reforma Veiga Simão, que no seu esteio, haveria de criar o Instituto Universitário de Évora, mais tarde Universidade de Évora.
O colégio em si desenvolve-se em planta quadrangular envolvendo um claustro monumental, em cujo centro se ergue um chafariz. Do seu conjunto monumental e artístico destacam-se: o claustro, ou Pátio dos Gerais, dispõe-se em dois registos, com galerias de colunatas, levantando-se ao centro (em frente à portaria) a fachada da antiga capela do colégio; Sala dos Actos, numa composição barroca setecentista, com frontão muito rebuscado, ladeado por volutas e exibindo ao centro as armas do Cardeal-Infante; as salas do colégio foram forradas, no reinado de D. João V, com belíssimos azulejos barrocos aludindo às matérias aí ensinadas, com alegorias das Ciências ou Humanidades, retiradas de cartões holandeses. Este conjunto, juntamente com os quatro painéis azulejares de grandes dimensões que forram o cruzeiro octogonal que liga a ala Norte do claustro a uma outra, constitui o mais importante núcleo barroco de temática profana do Sul do país; os silhares de azulejos historiados de temática bíblica, mitológica, literatura poética, do Humanismo e das leis naturais, que revestem todas as aulas quinto-joaninas; o claustrim dos irmãos e o refeitório; a capelinha de N.ª S.ª da Conceição; a antiga livraria, de teto pintado a fresco, com alusões à Deusa Minerva e ás Belas-Artes e a torre lanterna do cruzeiro, valorizada pelas figuras símbolo-heráldicas esculpidas em terracota policroma.
Colégio do Espírito Santo
Horário: 3ºFeira/ Domingo: 10:00 às 18:00 (Encerra Segunda-feira)
Entrada (Igreja dos Loios+Palácio dos Duques de Cadaval): Bilhete individual-7 € Bilhete combinado Grupos: + 20 pax – 4 €
Telefone: 967 979 763






A igreja de São João Evangelista, também conhecida por Igreja dos Loios, por ter sido incluída no Convento dos Loios, é umas das igrejas mais belas de Évora.
D. Rui de Melo, conselheiro do rei D. Afonso V, governador de Tânger e primeiro conde de Olivença, fundou em 1485, o Convento de São João Evangelista, da Congregação de S. Jorge de Alga, de Veneza, destinado a panteão familiar e onde mais tardes, os descendentes, marqueses de Ferreiras e duques de Cadaval foram sepultados.
Este edifício, foi restaurado entre 1957 e 1958, a ordem do seu proprietário D. Jaime de Cadaval, 10º Duque de Cadaval, que lhe devolveu, dentro do possível, o aspeto inicial.
A igreja dos Loios conserva o plano primitivo da arquitetura gótica, expeto a fachada principal que sofreu alterações. A nave, harmoniosa, apresenta nervuras góticas. O revestimento, de esmalte branco e ornamentação a azul, nasce do chão da igreja e acaba no início das ogivas, cobrindo, continuamente todos os prospetos laterais e fundeiros da nave, do subcoro e os vãos exteriores do arco triunfal da capela-mor. Os lanços inferiores, colaterais, deste arco, antigamente ocupados por altares foram, também, revestidos por azulejaria moderna, de 1958, copiada dos padrões existentes, fabricada na oficina lisbonense da Viúva Lamego. A luminosa composição monocroma de azulejos historiados, que o templo possui, representa cenas da vida de São Lourenço Justiniano, patriarca de Veneza, fundador da Ordem de Santo Eloi, Loios por deturpação portuguesa. Estes painéis, datados de 1711 e assinados pelo autor, pelas suas grandes dimensões e desenho, podem ser considerados como um dos mais admiráveis da coleção, do célebre António de Oliveira Bernardes.
No chão do templo, encontram-se diversos túmulos dos seus proprietários, e está também uma cripta com ossos que eram dos frades dos loios. Próximo, encontra-se também uma cisterna árabe, já que o edifício foi construído sobre as ruínas de um castelo árabe, que em 1384, foi destruído por revoltas que favoreciam Mestre de Avis.
O altar da capela-mor é de talha dourada, estilo maneirista, transição da Renascença para o Barroco. As imagens são de São João Evangelista e de São Lourenço Justiniano. As paredes estão cobertas por azulejos do século XVII, policromados, estilo tapete.
Destaca-se ainda, que uma das salas possuí exemplares de painéis de azulejos, datados de século XVII-XVIII, dois deles árabes, e um outro que representa Jesus Cristo.
Igreja de São João Evangelista ou Igreja dos Loios
Horário: 3ºFeira/Domingo: 09:30 – 17:30 (Encerra Segunda-feira)
Entrada: Bilhete normal – 3 €
Cartão Jovem / Estudantes – 1,50 €
Mais de 65 Anos -1,50 €
Portadores de deficiência – 50%
Entrada Gratuita 1.º Domingo do mês
Telefone: 266 730 480



O Museu de Évora, que ocupa integralmente o antigo Paço Arquiepiscopal, foi criado pelo Governo da República, em 1915.
Apresenta uma planta retangular, com quatro fachadas libertas e um robusto portal de cantaria almofadada, e assenta no local da primitiva sede episcopal, gótica, apresentando no eixo o seu brasão de armas. O arquiteto, Baltazar Álvares, foi o examinador da planta. Maioria, das paredes do museu são revestidas por silhares de azulejos monocromos.
O museu possui secções de arqueologia, arquitetura, escultura, epigrafia, pintura e artes decorativas.
Inicialmente, exponha peças do diretor da Biblioteca Pública, Dr. Augusto Filipe Simões, que durante a década de 1870 foi recolhendo peças romanas, visigóticas e árabes que faziam parte do Palácio D. Manuel, do Templo Romano e da Praça do Giraldo.
As peças mais importantes do Museu de Évora são um conjunto de treze painéis que representam a Vida da Virgem e seis painéis, de menores dimensões, da Paixão de Cristo pintados em meados do século XV por autores incógnitos, da escola de Bruges. É possível encontrar neste edifício, obras de outras artistas, como Francisco Henriques, Garcia Fernandes, Mestre do Sardoal, Theniers, Avercamp, Avelar Rebelo, entre outros.
Entres outros artefactos, encontrará estatuaria romana e aras votivas (pedras erigidas em memória de alguém), túmulos da época medieval, o azulejo da Aparição da Virgem, ladrilho de fundo branco e azul onde está representado Santo António de Lisboa, silhar de azulejos de padrão com as armas de D. José de Melo, arcebispo de Évora, datados de século XVII, azulejos da via-sacra, retirados do Convento de Santa Clara, em Évora, entre muitas mais peças.
Museu de Évora
Entrada Gratuita




Esta igreja paroquial exemplar da arquitetura da renascentista, cuja construção se iniciou em 1557, sob a aprovação do cardeal-infante D. Henrique, primeiro arcebispo da diocese, foi aberta ao culto em 1563 pelo seu sucessor, o arcebispo D. João de Melo.
Os projetos do edifício foram da autoria dos arquitetos Miguel de Arruda, Brás Godinho e Manuel Pires, todos mestres de pedraria da Casa Real.
No ano de 1568, um terramoto atingiu a nova construção e derrubou a abóbada. A restauração, sob a orientação do arquiteto eborense Brás Godinho, terminou no ano de 1577.
Para a formação deste edifício foi necessário demolir a capela de Santo Antoninho e a Albergaria do Corpo de Deus, da Ordem do Templo, e absorveu-se, ainda, no seu espaço a desaparecida rua dos Gáios. Dos dois edifícios demolidos ficou apenas um baixo-relevo – o Apostolado – que é o frontal ao altar-mor, em mármore, e pertencia à capela de Santo Antoninho.
A 22 de Abril de 1804, o edifício foi novamente consagrado pelo arcebispo D. Frei Manuel do Cenário Villasboas, depois de diversas obras de restauro, com acrescentos barrocos nos altares laterais.
A igreja tem uma planta retangular e três naves divididas por colunas de granito, que lhe confere características de templo-salão, inspirado em protótipos alemães. O seu interior é decorado por talha policromada, pinturas como: As Almas do Purgatório, atribuída ao poeta Jerónimo Corte Real; Santo Agostinho, de Vieira Lusitano; A Ceia, de Bento Coelho da Silveira; e as tabuinhas do antigo altar de N.ª S.ª das Candeias.
A série de painéis de azulejos da igreja de Santo Antão constitui, pela variedade e qualidade de modelos seiscentistas, repositório notável para estudo da cerâmica similar e das artes decorativas portuguesas em geral. Numa das capelas encontrará o brasão do arcebispo Teles da Silva.
Igreja de Santo Antão

Horário: 3º/6º Feira: 09:30 – 12:30 // 14:00 – 16:00
Sábado: 11:00 – 13:00 // 15:00 – 17:00 (Encerra à Segunda-Feira e ao Domingo)
Entrada Gratuita
Telefone: 266 746 560


O convento foi sagrado em 24 de Julho de 1610, depois de a comunidade de freiras clarissas que o ocupavam terem primitivamente habitado no sítio onde depois, por ordem do Cardeal D.Henrique, Arcebispo de Évora, se construiu a Igreja do Colégio dos Jesuítas. A igreja é um puro exemplar da arte barroca conventual do século XVII. Ao seu lado, subsiste a antiga torre da cerca velha da cidade, construção do século XIV (com prováveis origens visigóticas), depois integrada pelas freiras no Mosteiro, como torre-mirante (com as habituais janelas de tijoleira, que também existem nos outros dois conventos de clarissas da cidade, Santa Clara e Calvário. Os alçados da igreja estão revestidos de silhares de azulejos policromos, dos modelos de renda, tapete e de monogramas religiosos, onde são particularmente curiosos os frontais de altar, do tipo indo-português, com ramagens, aves e animais exóticos. A cúpula da capela-mor, hemisférica, e as arcadas que suportam os anexos do confessionário-palratório e a sacristia também forrados de azulejos de padrão, oferecem muito interesse pelo o desenho da sua planta e decoração.
Igreja do Salvador

Horário: 3º Feira/ Sábado: 11:00 – 13:00 / 16:00 - 18:00 (Encerra à Segunda-Feira e ao Domingo)
Entrada Gratuita
Telefone: 266 088 771/ 91 329 4482




As mendicantes clarissas estabelecem-se apenas entre os anos de 1452 e 1459, beneficiando do apoio do bispo D. Vasco Perdigão. Este eminente eclesiástico eborense compra o desafetado Paço dos Falcões à Rua de Alconchel, lançando a construção do Mosteiro. Este cenóbio mendicante seria consagrado em 1464, altura em que as freiras clarissas o ocuparam. A participação de figuras femininas das grandes famílias alentejanas no seio da comunidade de Sta. Clara conduziu ao enobrecimento e riqueza maior do cenóbio eborense.
Do monumental empreendimento quatrocentista apenas subsiste a igreja conventual e o claustro renascentista, mesmo assim profundamente remodelados na 2.ª metade do século XVI. Como é norma nestas ordens mendicantes, a fachada principal dispõe-se lateralmente, reforçada por salientes e pesados contrafortes, sobressaindo da sua volumetria as recuadas torres-mirantes com grelha de tijoleira mourisca. Nesta fachada rasgam-se dois grandes portais graníticos, de volta perfeita, encimados por salientes frontões triangulares.
Na nave única e proporcionada, o interior apresenta revestimento de azulejos-padrão seiscentistas. O teto, coberto por abóbada de berço, é ornamentado por pintura residual protobarroca, versando nos seus medalhões temas hagiográficos e cristológicos. O friso, que era ornamentado por telas barrocas setecentistas de António de Oliveira Bernardes e que foram apeadas, revela frescos historiados, atribuídos a José de Escobar e datáveis de cerca do ano de 1590.
Na parte superior do arco triunfal estão colocadas pinturas de S. João Batista.
Os retábulos colaterais são obra simples, destacando-se um oratório com a escultura do século XVII alusiva a N. Sra. da Ajuda.
O retábulo-mor de talha dourada é uma obra barroca do Estilo Nacional da 1.ª metade do século XVIII, que veio substituir os anteriores retábulos do gótico final e maneirista, subsistindo deste último uma tábua do mestre eborense Francisco João, obra executada em 1592. O presente retábulo-mor setecentista possui um belo sacrário com a representação de um baixo-relevo alusivo à Ressurreição de Cristo, sendo ladeado por duas mísulas que sustentam as imagens de madeira estofada de S. Francisco de Assis e de Sta. Clara.
Raros e delicados são os barrocos frontais de altar e do púlpito, obra em damasco amarelo bordada a fio de ouro e prata, cravejada por pequenas placas relevadas em bronze dourado, com simbologia da liturgia cristã. Estas obras de arte sacra foram poupadas ao saque das tropas francesas em 1808 e, mais tarde, à avaliação dos zelosos funcionários da Fazenda Pública em 1903, aquando da extinção do mosteiro.
Igreja de Santa Clara
Entrada Gratuita
Telefone: 266 788 200

Fonte: http://www.viaturista.com/


Edifício fundado no séc. XV e inestimável panteão da nobreza alentejana. A arquitetura da igreja reflete, exatamente, o gosto das diferentes épocas e dos constantes melhoramentos impostos pelos monarcas, nomeadamente das campanhas do período gótico e maneirista. Assim, da primeira edificação, subsistem os absidíolos do transepto e alguns vestígios da abside poligonal, totalmente transformada no último quartel do século XVII; da campanha de 1566 resta a balaustrada e cadeiral do coro, e o pórtico exterior, este último de características renascentistas, com a representação de São João Baptista, São Jerónimo e Nossa Senhora do Leite
A nave é de estilo chão característico da arquitectura eborense de transição (século XVI - século XVII), e é revestida, nos alçados, por silhares de azulejos historiados, da vida de São Jerónimo e da Virgem Maria, sendo que, estes são provenientes da Fábrica do Rato. No corpo da nave, distribuem-se altares de diversas invocações, sendo que a Capela dos Reis ou do Fundador, ocupa o primitivo braço fundeiro do transepto. Muitas das capelas são monumentos funerários de famílias e de indivíduos ilustres de Évora e do reino, como o bispo fundador da igreja e do convento; ou o cónego André de Sande, cuja capela se reveste de azulejos historiados atribuídos ao monogramista P.M.P. e retábulo barroco. Também no santuário estão presentes painéis azulejares de interessante execução figurativa, monocroma.
